OO Dr. Richard Whitlock, da Hamilton Health Sciences, explica que o apêndice atrial esquerdo é onde os coágulos sanguíneos podem se formar e causar derrame em pacientes com fibrilação atrial, que envolve batimentos cardíacos irregulares.
O estudo de 4.800 pessoas em 27 países, incluindo Canadá, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia, Alemanha, Rússia, China e Brasil, foi publicado no sábado no New England Journal of Medicine. Incluía exigir que os pacientes submetidos à cirurgia cardíaca concordassem em remover o apêndice atrial esquerdo também. Os resultados foram comparados com outros pacientes tomando apenas medicamentos.
O estudo sugere que a remoção deste apêndice reduz o risco de acidente vascular cerebral em 33% em pacientes com fibrilação atrial que tomam anticoagulantes, muitos dos quais são idosos.
“Isso abrirá um novo modelo para a prevenção de AVC na fibrilação atrial”, disse a Dra. Whitlock ao apresentar o estudo no sábado na conferência do American College of Cardiology.
Segundo ele, os anticoagulantes reduzem em até 60% o risco de acidente vascular cerebral. A combinação de medicação e cirurgia será muito benéfica para 15% dos pacientes com cirurgia cardíaca.
O estudo começou em 2012 e os pacientes, que tinham em média 71 anos, foram acompanhados por uma média de mais de três anos e meio, disse ele.
Ele quer que essa cirurgia rápida seja aprovada em todo o mundo instantaneamente.
“Faremos o possível para traduzir o conhecimento para aumentar esta vantagem. Esperamos que os cirurgiões de todo o mundo mudem essa prática imediatamente e comecem a cuidar do apêndice atrial esquerdo em pacientes com fibrilação atrial e aqueles submetidos a cirurgia cardíaca.”
O Dr. Whitlock relata que, desde o final dos anos 1940, suspeita-se que coágulos sanguíneos podem se formar no apêndice atrial esquerdo em pacientes com fibrilação atrial. Até o momento, não há evidências conclusivas de que a remoção desse tecido reduza o risco de acidente vascular cerebral. Ele acrescentou que alguns cirurgiões às vezes realizavam a operação se sentiam que um paciente que havia passado por uma cirurgia cardíaca anterior não estava em grande risco.
Patrice Lindsay, diretora da Heart and Stroke Foundation, diz que o estudo está abrindo caminho para uma ampla adoção do procedimento cirúrgico para pacientes com fibrilação atrial.
Como em outros estudos, as evidências serão revisadas e consultas serão realizadas com governos e especialistas para implementar essa prática em hospitais.
“Vamos divulgar informações públicas para que os pacientes e familiares entendam o que é isso, por que pode ser uma coisa boa e quem se qualifica”, diz Lindsay.
Ela acrescenta que o desenvolvimento de diretrizes e o treinamento de cirurgiões e enfermeiras acompanharão essas mudanças.
“Leva algum tempo, mas podemos efetivamente avançar com este processo.”