Estudo britânico | O aumento das doses de antibióticos pode “endurecer” alguns tipos de bactérias

Um estudo publicado na quarta-feira mostra que o uso de doses mais altas de antibióticos para combater o desenvolvimento de bactérias resistentes ao tratamento pode realmente fortalecer alguns.


Patrick Galle
France Media

A resistência aos antibióticos é “uma das ameaças mais sérias à saúde global”, segundo a Organização Mundial da Saúde, e pode causar 10 milhões de mortes anualmente até 2050, segundo algumas estimativas.

Pesquisas anteriores mostraram que administrar doses mais altas de antibióticos pode diminuir a capacidade das bactérias de se tornarem resistentes ao tratamento, mas o efeito dessa estratégia na saúde geral dos micróbios não foi muito estudado.

Pesquisadores em vários países europeus analisaram a reação da bactéria Escherichia coli a diferentes concentrações de três antibióticos comumente usados.

Se doses mais altas diminuem a taxa de resistência bacteriana, isso também faz com que os micróbios apareçam “em uma forma melhor”, com uma taxa de reprodução mais rápida, de acordo com o estudo publicado na revista. Cartas da Royal Society Biology.

“Achamos que a taxa de crescimento é um bom indicador de sua forma, assumindo que a raça que cresce mais rápido tem mais probabilidade de ter vantagem sobre as outras e se tornar dominante”, explicou Matto Lagator, da Universidade de Manchester, à AFP. Biólogo e principal autor do estudo.

Os pesquisadores escreveram que esses resultados “acrescentam uma dimensão adicional ao problema da dose ideal de antibióticos”, considerando o uso de grandes doses um “dilema”.

Novos medicamentos estão sendo desenvolvidos com um objetivo principal: sua eficácia na eliminação de infecções. Porém, raramente levamos em consideração a possibilidade de a bactéria-alvo se tornar resistente a esses medicamentos, bem como o grau de forma das cepas resistentes que podem surgir ”, ressalta Mato Lagator.

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Ele acrescenta: “Focar no benefício imediato – o tratamento é mais eficaz com doses mais altas – sem entender as consequências de longo prazo que podem ser um problema”, exigindo mais pesquisas nesta área.

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