Em Roma, invernos agridoces junto com estorninhos

(Roma) Em suas roupas brancas, cinco funcionários acenam com seu megafone e soltam gritos altos no coração de Roma. Num piscar de olhos, um enxame de estorninhos voa…

Postado às 9h53

clemente real
agência de mídia da França

Todos os anos, entre outubro e fevereiro, milhões de estorninhos migram do norte da Europa para a Itália para passar o inverno em temperaturas amenas. E ao entardecer, os arabescos atmosféricos vestem o céu da Cidade Eterna de sombras ondulantes, dando aos transeuntes um espetáculo mágico sobre ruínas milenares.

“Eu nunca vi isso na minha vida… É incrível! Eva Osuna, uma turista espanhola, exclama, enquanto a bailarina comemora com seu smartphone enquanto o céu gradualmente brilha com cores brilhantes.

Estes tojos de penas escuras, que medem até 20 centímetros, “passam o dia nas zonas rurais, onde encontram algo para comer, e voltam à cidade à noite para lá dormir”, explica a ornitóloga Francesca Manzia e responsável local da autarquia. . A Liga Italiana para a Proteção das Aves (LIPU), que insiste na natureza “social” das espécies migratórias.

Especialistas estimam que sua presença – entre 500.000 e 1 milhão de indivíduos este ano – tenha reveses. Além da poluição sonora, “os estorninhos são um problema principalmente por causa de seus excrementos, que tornam as estradas escorregadias e provocam odores fortes”, mesmo que “não sejam transmissores de doenças”, ressalta o mestre.eu Manzia.

Para diminuir o incômodo, a prefeitura está tentando de alguma forma afastar as aves, assustando-as com a ajuda de alto-falantes e lanternas, por meio de “caçadores” inusitados que atravessam o trânsito.

“Agimos sobre sua reação de medo usando seu próprio grito de alarme. Mariana Di Santo, presidente da empresa privada Fauna Urbis, encomendada pelo município de Roma, explica o som coberto por um uivo artificial.

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diversão ou indignação

“Há alguns anos, eles não eram urbanos”, diz M.eu Manzia. “Mas na cidade, as temperaturas aumentam e as luzes os ajudam a encontrar o caminho e a se proteger dos predadores.”

Sob certas árvores da capital, que os estorninhos usam como “dormitórios”, não é incomum ver calçadas, carros e motos cheios de grossas camadas de excrementos, como ao longo do Tibre. Tanto que alguns romanos já não se atreviam a aventurar-se ali sem abrir o seu dossel.

Diante da indignação local, as autoridades já fizeram experiências com falcões ou lasers, mas o método adequado é “o mais simples e eficaz”, diz Valentina de Tommaso, funcionária da Fauna Urbis. A empresa opera “duas a três vezes por semana” perto da estação Termini, que é uma área “confortável” para as aves porque é clara e protegida do vento.

“Transmitimos gravações de cerca de 10 minutos, com intervalos para que não se acostumem com o barulho”, que é uma maneira “perturbadora”, mas inofensiva, de dividir nuvens para reduzir os danos, acrescenta ela, vestida da cabeça aos pés com um macacão decorado com tiras refletivas.

No fluxo de pedestres, turistas e trabalhadores observam a multidão voadora se dividir com olhos ora divertidos, ora repreendendo, enquanto gritos agudos e lancinantes rasgam o ar, dando à cena uma atmosfera de filme de terror.

“Eles causam muitos problemas. Andar sob nuvens de estorninhos não é o ideal”, diz Francesco Fusco, engenheiro de 55 anos.

Gosto muito das formas que eles fazem”, diz Alessio Reti, um estudante do ensino médio de 16 anos com longos cabelos ruivos que “não vê o problema”. neles!”, ele ri.

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