Aos Nossos Filhos, Maria de Medeiros – O Clube

4e Uma cópia do Festival Internacional de Cinema Político de Carcassonne 2022: para nossos filhos por Maria de Medeiros

E se finalmente chegasse a hora de deixar de lado os preconceitos divisivos do derramamento feroz de ódio sem limites? Tudo começa com duas mulheres que se amam e querem ter um bebê graças à PMA no Brasil, mas agora o conflito com a mãe de uma delas coloca em risco essa harmonia. A mãe diria para ser tradicional, de extrema direita, anti-gay? Não, muito pelo contrário: a cisão mãe-filha se desenrola em outro nível, onde o trauma profundo que precede o nascimento da filha em questão tem grande parte da responsabilidade. Há também valores pertencentes a classes sociais distintas em que o individualismo neoliberal é particularmente acentuado.

“À nos enfants” de Maria de Medeiros © Epicentro Filmes

Torturas de mulheres durante os anos de ditadura no Brasil ainda são alvo dos pesadelos das mulheres na sociedade atual, e isso só se intensificou desde que o monstro fascista assumiu o poder no Brasil para destruir qualquer manifestação. Iniciativa cultural espontânea. O novo longa-metragem dirigido por Maria de Medeiros retrata esse momento em que o Brasil está mudando enquanto a esquerda progressista conseguiu concretizar a esperança de expandir a classe média nos anos anteriores. Através do prisma da história de um casal em crise e uma família mais dividida, Maria de Medeiros nos permite vislumbrar as divisões que há décadas dominam a sociedade aos trancos e barrancos.

No que diz respeito à questão do casting a que o título do filme se refere em particular, a mãe e a filha que já não pertencem à mesma classe social e pouco a pouco serão divididas nas mesmas sensibilidades sociais. O filme desenvolve esses dois pontos de vista distintos, deixando o espectador livre para tomar o seu lado. As razões que movem os heróis são mais complexas do que parece à primeira vista e o filme mostra muito bem que o indivíduo está longe de ser avançado sob todos os pontos de vista, e por isso é interessante que ele possa continuar a se construir socialmente.

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Essa é a perspectiva desta citação sobre a peça de Laura Castro que aqui trabalha como tradutora Tania, roteirista e co-produtora do filme. É um eufemismo dizer que o tema está próximo do coração do autor e também todas as questões especialmente desenvolvidas nesta edição assinada por Maria de Medeiros. O filme é tão luminoso quanto a esperança humana de uma renovação da sociedade brasileira para além das piores manifestações de extrema intolerância no poder. O cenário é rico o suficiente para ilustrar as características da sociedade brasileira antes de Bolsonaro para entender melhor a situação atual, bem como tudo o que pode dividir a família em um mundo onde ao mesmo tempo existe muito amor. Embora a perspectiva social pudesse revelar-se alarmante, Maria de Medeiros anteviu um verdadeiro ato de amor com um final tão luminoso por meio de um epílogo digno de programa profético de reconciliação social vital.

para nossos filhos
para nossos filhos
por Maria de Medeiros
imaginação
107 min. Brasil, França, 2019.
a cor
Língua original: português

Afek: Marietta Severo (Vera), Laura Castro (Tania), Marta Nobrega (Vanessa), Adri Cardoso (Kaik), José de Abreu (Fernando), Claudio Lens (Sergio), Antonio Pitanga, Denis Crispim (Claris), Aldre Anunciao (Pedro), Ricardo Pereira (Antonio), Antonio Pitanga (Rodrigo)
Roteiro: Laura Castro, Maria de Medeiros
Direção de Fotografia: Edgar Mora
Direção de Arte: Ana Paola Cardoso
Figurino: Renata Russo
São eles: Pedro Sa Erbe
Produção: Laura Castro, Marta Nóbrega, Thierry Linoville, Paula Cosenza, Denis Gomez
Sociedades de produção: AG Studios, BRDE, Bossa Nova Films, Ciné-Sud Promotion, Cria Produções
Produção Executiva: Gisela Câmara
Co-produtor: Carlos Diegues
Co-produtor: Gustavo Angel
Distribuidora (França): Epicenter Films

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Produção teatral (França): 23 de fevereiro de 2022

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