Portugal, um novo epicentro do conflito entre os Estados Unidos e a China

Washington não vê com muita clareza os investimentos do Império do Meio no país europeu, principalmente os relacionados ao porto de Sinis, considerado estratégico.

Em sua guerra comercial total contra a China, os Estados Unidos estão pressionando amigavelmente seus parceiros europeus para que implementem também sua estratégia, como é o caso do boicote à empresa de telecomunicações chinesa Huawei.

O governo Trump também pretende atingir países que estão ligeiramente abertos ao investimento chinês. É o caso de Portugal.

É preciso dizer que o Império Médio vinha investindo pesadamente no país há vários anos. Após a eclosão da crise financeira global em 2008, Portugal, para beneficiar de ajuda internacional, teve de privatizar secções inteiras da sua economia, como a energia. A privatização atraiu investidores chineses.

10 bilhões de euros de investimentos

Assim, em 2011, o grupo energético China Three Gorges adquiriu 21% do país na EDP (Electricity Production Corporation), o maior grupo português. No negócio de seguros, a Fosun controla a Fidelidade, seguradora líder no país desde 2014. No banco, o próprio Fosun detém 27% do BCP, a maior instituição bancária do país, e ainda há muitos exemplos.

No total, o investimento chinês em Portugal há um ano foi estimado em € 10 bilhões, ou cerca de 3% do PIB.

Essa forte presença chinesa não comoveu particularmente os Estados Unidos, mas com Donald Trump chegando ao poder e estabelecendo sua guerra comercial contra a China, as coisas claramente mudaram.

Quando as Três Gargantas da China tentaram (mas não conseguiram) controlar totalmente a EDP, os Estados Unidos começaram a mostrar a sua rejeição através da voz do embaixador dos EUA em Lisboa, denunciando o vício de Portugal em Pequim.

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Os Estados Unidos elevam o tom

Mas a tensão aumentou um pouco depois que o governo português anunciou no ano passado a construção de um novo terminal de contentores até 2024 no porto de Sines, cerca de 100 quilómetros a sul de Lisboa.

A então ministra dos Assuntos Marítimos de Portugal, Anna Paula Vitorino, apelou às empresas chinesas que investissem para obterem concessões para que este porto se tornasse uma grande notícia.The Silk Roads Implementado por Pequim. A oferta foi finalmente apresentada em outubro passado, e os EUA agora estão claramente aumentando o tom.

Em entrevista publicada no sábado no jornal semanal ExpressãoE citado pela Agence France-Presse, George Glass, o embaixador dos Estados Unidos em Portugal, apelou a Lisboa para “escolher” entre as duas potências mundiais.

Ele lembra que o porto de Sains é “incrivelmente estratégico” para os Estados Unidos por ser o mais próximo em águas europeias de solo americano.

“Espero muito que Sines não vá para a China (…) Isso não pode acontecer”, sublinhou George Glass, especificando que esta infraestrutura, que em 2016 recebeu os primeiros embarques de US LNG para a União Europeia, faz Portugal. hub e um centro para a segurança energética europeia. “

Portugal está inflexível no momento

“Queremos que uma empresa ocidental opere e construa o terminal”, acrescentou o embaixador, explicando que os Estados Unidos não têm empresas operando em portos estrangeiros.

George Glass reconheceu finalmente na entrevista que Portugal foi uma das frentes do “campo de batalha europeu entre os Estados Unidos e a China”.

Majestade, o Governo português respondeu de imediato às palavras do Embaixador dos Estados Unidos na voz do seu Ministro dos Negócios Estrangeiros. “Em Portugal, são as autoridades portuguesas que tomam as decisões no interesse do país”, disse Augusto Santos Silvada em comunicado à Lusa.

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Refira-se ainda que, desde 1557, Portugal mantém uma relação bilateral distinta com a China, nomeadamente através do controlo de Macau, finalmente entregue a Pequim em 1999.

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