Portugal foi abalado por uma onda de ataques xenófobos

Bruno Candy estava sentado calmamente em um banco, ouvindo o rádio portátil, o cachorro a seus pés, sem saber que estava vivendo seus últimos momentos. Em 25 de julho, um homem de 76 anos atirou nele quatro vezes à queima-roupa. Há poucos dias, o assassino insultou gravemente o jovem ator guineense com comentários racistas. O assassinato racial de Bruno Candi foi um choque em Portugal, em meio a violentos confrontos nos Estados Unidos após a morte do afro-americano George Floyd.

“A guerra contra os inimigos do meu país”

Poucos dias antes da morte do ator, inscrições anti-xenófobas apareceram na parede da sede do SOS Racismo em Portugal. “A guerra contra meus inimigos” pode ser lida na fachada rosa da associação. Em seguida, houve uma procissão de dez nacionalistas, máscaras brancas em seus rostos e lâmpadas em suas mãos, uma indicação clara da supremacia de brancos e americanos, a Ku Klux Klan, novamente em frente à sede racista do SOS.

Ameaças muito claras foram então formuladas contra dez ativistas e dois deputados empenhados, incluindo dois deputados portugueses de ascendência africana, eleitos em outubro de 2019. Mamadou Ba, Presidente do SOS Racisme, está na lista. “Tenho recebido ameaças pessoalmente desde 2012. Mas desta vez dirigidas contra representantes de um órgão soberano, e acho que isso alertou o estado,” Mamadou Ba disse. O governo decidiu considerar a proteção de parlamentares ameaçados.

Chiga! Uma festa com a qual tudo acontece.

O Partido Chiga entra no Parlamento! (O nome do partido mexe com as palavras, chega quer dizer “chegamos” e “chega”), que conquistou 1% dos votos durante as eleições legislativas de 2019, ainda está perturbando a situação. Seu deputado, André Ventura, que afirma patrocinar Matteo Salvini na Itália, usa as molas como “zigofobia” e corrupção. O homem joga em todas as frentes. No último congresso do partido, nos dias 19 e 20 de setembro de 2020, ele divulgou uma proposta pedindo a retirada dos ovários do aborto feminino. Em seguida, ele solicitou sua retirada em face dos protestos.

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O autor da proposta é um ex-ativista do partido de extrema direita PNR. Pontes entre Shiga! E a nova extrema direita fascista é clara. O protesto de Klu Klux Klan contra o SOS Racismo foi organizado pelo grupo do Facebook Resistencia Nacional, criado no início de julho. Seus membros pertencem à Nova Ordem Social, próxima ao movimento Hammerskins, o mais violento partido fascista alemão. Mas outros estão lutando por Chega!

Abandono das classes populares

André Ventura continua a navegar pelo populismo e a organizar manifestações. O próximo objetivo é combater a “sepse e a exploração sexual infantil”. “O racismo está sempre presente em Portugal como em todas as sociedades com passado colonial, é racismo estrutural. A chegada de Chiga! É uma ampliação desse racismo, permitindo a legitimidade institucional do racismo comum, no quadro democrático.”Mamadou Ba explica. Para ele, o woofer Chiga! Aproveita o sentimento de abandono das classes populares frente às dificuldades sociais e econômicas e aproveita o vácuo deixado pela direita sobre a diversidade etnoracial para definir sua agenda política de reação e neofascismo. André Ventura é candidato à presidência em janeiro de 2021.

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