Eleições presidenciais – o populista André Ventura põe fim à exceção portuguesa

Mesmo que não seja eleito no domingo, o “Trunfo de Portugal” continua a dar grandes passos na paisagem política do país.

O populista André Ventura acabou com a isenção portuguesa em 24 de janeiro de 2021.

France Press Agency

O populista André Ventura ficou tão longe de se classificar no domingo para o segundo turno das eleições presidenciais de Portugal quanto havia sonhado, mas sua pontuação aponta para uma clara progressão da extrema direita em um país que até agora tem sido um número excepcional.

Segundo projeções da mídia local, esse inteligente e ambicioso agitador não vai atingir nem seu objetivo secundário, que é superar a socialista Anna Gomez para ficar em segundo lugar, atrás do conservador moderado Marcelo Rebelo de Sousa, que foi facilmente reeleito.

Mas aos 38 anos, com a sua barba de três dias e ternos bem aparados, André Ventura continua a avançar na cena política portuguesa. Este advogado começou a formar-se nesta corrida presidencial apenas um ano após entrar no Parlamento, como único deputado do partido anti-regime “Chega” (“Basta”). A formação que ele próprio tinha estabelecido nas eleições legislativas de 2019 ganhou 1,3%, enquanto conseguiu arrecadar entre 9 e 14% no domingo.

Encarceramento cigano

Descrito por alguns como “o Trunfo de Portugal”, este fervoroso católico também se entrincheirou no debate público, provocando indignação e gerando controvérsia. Por exemplo, apelou a um plano especial de contenção de saúde para as comunidades ciganas ou sugeriu “o regresso do deputado nascido na Guiné-Bissau que pretendia devolver a obra às antigas colónias portuguesas, ao seu país de origem”.

André Ventura formulou durante a campanha eleitoral que quer defender os “portugueses de boa vontade” contra os “exploradores” de todo o tipo de “sistema” que quer transformar a partir de dentro.

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André Ventura, aliado da marinha francesa Le Pen e do italiano Matteo Salvini, não exige, mas não dos espanhóis, que Portugal saia da União Europeia. E se ele não parece nostálgico da ditadura fascista que terminou em 1974, ele é o primeiro a fazer eco das idéias que até agora apenas pequenos grupos de extrema direita os mantiveram.

“O terreno era fértil porque as atitudes populistas contra o regime, as elites e os políticos são abundantes”, disse a cientista política Marina Costa Lobo à AFP antes das eleições de domingo. “Durante esta campanha eleitoral, André Ventura não procurou atrair totalmente o eleitor populista. Está claramente posicionado na extrema direita”, afirmou o investigador da Universidade de Lisboa.

Atleta

Graças ao seu carisma, André Ventura aproveitou também o enfraquecimento dos tradicionais partidos de direita, que ainda são puníveis com o tratamento de austeridade que impuseram aos portugueses após a crise da dívida de 2011.

O fundador de Shiga é uma figura contraditória, um “candidato anti-regime criado pelo regime”, segundo uma frase da imprensa local. Natural da periferia de Lisboa, foi inspector de impostos antes de retomar os estudos de Direito para escrever a sua tese de doutoramento, criticando o “populismo punitivo” e “estigmatizando as minorias”.

Ele construiu sua reputação infame inicialmente como comentarista de televisão, argumentando ferozmente como torcedor do Benfica Lisboa, o clube de futebol mais popular do país. Ao mesmo tempo, avançava nas fileiras da principal formação de centro-direita, o Partido Social Democrata (PSD), do qual foi candidato nas eleições autárquicas de 2017.

Nessa altura, tornou-se conhecido do público em geral e acusou as comunidades ciganas de viverem na dependência da assistência social. Depois de ser espancado nas urnas e criticado por seu campo, ele imediatamente deixou o PSD para estabelecer seu próprio movimento.

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