O Estado português arrecadaria pouco mais de 2,9 mil milhões de euros nas privatizações completas da EDP e da REN caso as conseguisse fazer aos preços de mercado de hoje, segundo dados da agência Bloomberg.
De acordo com a Bloomberg, se o Estado vendesse hoje, a preços de mercado, os 25,05 por cento que detém na EDP (através da Parpública), ou seja 915.977.598 ações, poderia angariar pouco mais de 2,244 mil milhões de euros com a privatização completa da elétrica.
Já se vendesse a preços de hoje a participação que detém na REN, ou seja as 272.340.000 ações que pertencem à Parpública e à Caixa Geral de Depósitos, correspondentes a 51 por cento da empresa, o Estado arrecadaria cerca de 675,4 milhões de euros.
Tudo junto significa um encaixe de 2,919 mil milhões de euros.
A venda também implica que o Estado deixará de receber um dividendo certo anual distribuído por estas empresas, que têm apresentado e distribuído parte dos lucros todos os anos. A EDP distribuiu no ano passado 17 cêntimos brutos por cada acção, o que no caso do Estado (que também retém o imposto) corresponde a mais de 155 milhões de euros.
Já a REN entregou aos seus accionistas estatais 45,7 milhões de euros, graças ao dividendo de 16,8 cêntimos brutos por acção.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje no parlamento que a REN e a EDP são algumas das empresas que o Governo tenciona colocar em processo de privatização já no terceiro trimestre deste ano, quando o acordo com a troika apenas referia que seriam privatizadas até final do ano.
O novo calendário da privatização surge no dia a seguir ao Instituto Nacional de Estatística ter anunciado que o défice das contas públicas situou-se, no primeiro trimestre, nos 7,7 por cento do PIB, acima dos 5,9 por cento acordados com a ‘troika’ do Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeu.
No memorando de entendimento, prevê-se que a receita total das privatizações, incluindo outras empresas como a TAP, ultrapasse os 5 mil milhões de euros.
Hoje, no Parlamento, o primeiro-ministro afirmou: “Precisamos nesta altura de um activismo muito maior dentro das políticas para corrigir desvios que nas contas nacionais já são evidentes”, afirmou o primeiro-ministro, adiantando que tendo em conta as estatísticas publicadas pelo INE, são necessários “pouco mais de dois mil milhões de euros para garantir” que a meta de défice de 5,9 por cento acordado com as instituições internacionais.
LE com Lusa