Investigadores da Universidade de Coimbra desenvolveram um método que permite incorporar as lamas da indústria dos alumínios em tijolos, melhorando as suas propriedades térmicas em 34% e resolvendo um problema ambiental grave. «O objectivo é conseguir que as lamas melhorem em 50% o isolamento térmico dos tijolos», afirma Teresa Vieira, coordenadora do projecto, citada em comunicado da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). A investigação dará lugar a registo de patente.
O processo de incorporação das lamas nos tijolos não comporta um aumento de custo de produção, uma vez que basta adicionar 10% à argila no momento da fabricação. O novo tijolo não comporta riscos para a saúde, «porque as nanopartículas são aglomeradas, não havendo possibilidade de se libertarem», adianta a docente da FCTUC.
Se a indústria cerâmica mostrar interesse na sua produção, o produto em causa poderá estar no circuito comercial dentro de dois anos.
As lamas resultam da água utilizada na anodização do alumínio, nomeadamente na indústria de caixilharia, e representaram em 2008 cerca de 9,75 mil toneladas em Portugal, «que são depositadas em aterros industriais ou clandestinos, sem qualquer tratamento», refere uma nota de imprensa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).